Com ardência
Que incendeia a alma
Dividindo a cabeça em mil
Mas cada parte pensando numa mesma coisa
Mesmo que de formas diversas
Com a mesma torta decência
Com a incoerência de qualquer mente perturbada
Mas com a igual razão de conseguir objetivos,
Dos egoístas e totalitários compulsivos,
Tenta-se possuir o objeto do desejo
Que, para desespero, não se trata de objeto
Trata-se de ser que tem sentimentos e razões
Não se podendo possuir de todas as formas pretendidas
E vem a agonia do inferno de Dante
Que, por não conseguir o paraíso, arde eternamente
Mas num instante da certa perdição
Ela aparece e te beija
E tudo volta ao normal
O espírito se acalma e o inferno some
A danação já não mais se sente
E no auge das sensações de eterna paz
Ela tem que partir novamente
E mesmo sabendo que voltará,
O inferno de saudades retorna
flamarion1983@hotmail.com
5 de setembro de 2006