Às vezes calo-me... não para condescender...
(pois se tiver que escolher
entre ter que fazer negócio com o sagrado
ou morrer
prefiro entregar à Morte este meu duro pescoço
para que esta - feiosa e óssea como só ela sabe ser -
meta-lhe a foice, que é de prata, mas digo
que é de ferro, desse metal escuro, peduro
somente para embravece-la)
...mas calo-me, de vez em quando, apenas para tornar
o aço do cabo da resistência dos meus nervos
ainda mais tenso... esticado...
Depois de perder, resta-me agir... reagir...
em vez de me dar por vencido...
Afinal, é rosnando que se premedita...
Pois, apesar da raiva me encher de fogo,
molho com cuspe, suor e tinta
a pólvora metafórica do seu curto pavio
e a sirvo friamente, gota a gota...
23/01/08
joselindomarcabraldcosta@yahoo.com.br