Sinto-me grego, leia-se trágico
quando me meto a pregar botão...
Tenho sempre nessa ocasião
o lastimável pressentimento
de que mamãe
(que sempre foi, nesse sentido,
muito mais machista e suinamente
mais chauvinista do que papai)
vai aparecer a qualquer momento
e, como de costume, dizer o esperado
"deixe que eu faço", e em seguida tirar
agulha e a camisa da minha mão
e... como é mesmo, leitor,
o som quase inaudível
que a linha emite
ao entrar em contato perverso
com o dorso, ou melhor
com a textura de um tecido
"que até o mês passado
lá no campo ainda era flor"?
(Só faltou mesmo mencionar
a tal da "nova calça de riscado"
não foi, leitor...?)
joselindomarcabraldacosta@yahoo.com.br
17/08/2007