Eu queria fazer uma poesia concreta...
Sólida, forte, esperta e correta!
Porém não achei nenhum material...
Para construir uma criação original!
Eu queria comprar cimento...
Mas só ganhei sentimento!
Eu só achei areia perto do mar...
Numa sedutora noite ao luar!
Mas com esta areia não dá para construir...
Algo concreto que dure toda a eternidade...
O mar sempre foi meu principal elixir...
Com alma ingênua de verdade!
Os castelos de areia sempre são destruídos...
Por águas revoltas e por corações partidos!
Eu queria fazer uma poesia concreta...
Sólida, forte, esperta e correta!
Porém não achei nenhum material...
Para construir uma criação original!
Não achei pá, apenas vi uma caneta...
Perdida no alto da forte mureta!
Gostaria de comprar tijolo...
Porém só encontrei madeira...
Atrás do sereno monjolo...
De água pura e faceira!
Assim farei uma poesia madeira...
Em vez de uma poesia concreta...
Terei lenha de versos à vida inteira,
Que não queimarão na chama indiscreta.
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20 de Novembro de 2010