a chuva flui, escurece o dia
cinza céu profundo, da luz guardado
luz difusa, confusa, agora não existe
sombra encobre o dia, assalta a esperança
um dia noite, escuro dia, chuva
fria água que cai, encharca idéias
turva o meu semblante
afoga minha mente
para onde o sol se foi?
luz magna, branca força
já não acorda mais?
trevas em sombras apenas há...
nem tudo escrito é tristeza
não são apenas linhas em pranto
em verdade, nem toda tristeza é escrita
tão somente estou a brincar
jogo com as idéias
brinco com as palavras
driblo a semântica
trapaceio a gramática
regras não sigo
não, delas não gosto
nunca me foram amigas
com força oprimem pensamentos
sou criança e, como tal, me ponho a brincar
jovem aprendiz dos sentimentos
sou pensamentos e devaneios, assim o sou
choro com palavras, soluço com as vírgulas
meus sentir es são assim, vazios, profundos
indefinidas sensações, sinto assim
sinto muito, sinto intenso, choro forte
sempre choro. Homem nasce para chorar.
tristeza feliz, alegria melancólica, pranto contente
posso sentir no seio da saudade, aconchegado
rosto colado em quente frieza, imensidão gelada
Ah... a saudade...açoite gostoso, prazer sádico
nas formas do que é matéria a beleza reside,
em tudo está, a tudo pertence, inerente ao nada
beleza é a igualdade de fórmulas inexistentes
o que torna perfeito o universo
perfeita a existência
equilíbrio de harmonia e desarmonia
o perfeito é, em parte o imperfeito
e essa é a condição unânime
assim, essas palavras, tragicamente ordenadas
palavras em caos estampadas,
idéias sem sentido advindas de pensamentos
pensamentos confusos, banais
são por assim dizer a minha perfeição
idealizada harmonia
que com a desarmonia do meu sentir
são a beleza que agora meus olhos vêem
para o meu único amor, grande amor, Liza Chiarelli.
Estes versos são parte do meu sentir.
Lucas Gebin
lucgebin@hotmail.com