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A Velha - de Sonia Regina Rocha Rodrigues |
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A velha, sossegada, Com seu bordado ocupada, Tece toda enternecida Toda a ternura da vida. Então eu lhe pergunto pelo amor. Ela confessa que namorou escondido, Que provou do fruto proibido, Pulou o muro, ficou de castigo, Mas casou de branco como mandava o figurino. A velha, de partida, Se despedindo da vida, Diz que vai deixar saudades Entre amigos e comadres. A velha cuidou do irmão, Do filho, do pai, do patrão, Mas n&a tilde;o quis o marido, não. Preferiu a liberdade, Viveu a sua verdade, Satisfez suas vontades, Deu amor, não falsidade. A velhinha foi tecendo Uma estória tão compriiiiida, Contou toda a sua vida, Seus sonhos de moça bonita, E o dia amanhecendo, Calou sua voz para sempre. Na terra ficaram as sementes Que ela plantou ternamente Estórias que alegremente Contou para tanta gente.
rgrecia@terra.com.br 2008 |
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