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Durante a chuva - de Renato Cezar |
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A chuva lava a alma Quando com toda a calma Se entrelaça junto ao corpo Aprisionado pelos tantos burburinhos Reflexo de vozes ultra-falantes Atiradas aos constantes redemoinhos Espasmódicos dos ventres da tarde Que dão luz e sombras A viajantes abarrotados de cargas muito pesadas Encharcadas de tédio, desilusões e granito.
A chuva lava a alma Quando com toda a calma Acaricia aquele garoto solitário Que nunca provou do verdadeiro amor Nem dos orgasmos da vida Semelhante a virgem suicida Da qual se evapora a pele Diante da fome insaciável de tantos vermes Já logo após o funeral
A chuva lava a alma Quando com toda a calma Dança sobre a calçada Graciosa e sem pretensão comercial De sua ode á melancolia. Ela deixa a esfumaçante tarde soporífera Ciente de que o sentir Pelo menos para espíritos lúdicos É inevitável e inadiável prioridade A chuva lava a alma Quando com toda a calma Se arremessa sobre as pálpebras entediadas Já um tanto cansadas da por suas obras inacabadas Oh, meu Deus, quando elas entenderão. Que a alma é mão-de-obra sem fim o que me faz lembrar um anexin. "As coisas mais simples são as coisas mais belas". Alguém já disse em um inspirado momento. Pois todas as Árvores de plástico Por mais que frondosas e esbeltas Acabam cedo derrubadas pela chuva ou pelo vento. 2006 renatoidiota@yahoo.com.br |
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