Esguicha água
da pétrea boca,
que se desdobra
na mesma trilha
de longas eras.
E a nuvem caí
num véu branco
de longos cachos,
sem fim . . .
A rocha chora
em aquoso lamento,
de ininterruptas noites
que separa os dias.
E as velhas árvores
guardam o som
de um serpentear
veludoso, no ar.
A bruma fria
de cristalinas lágrimas
molha a alma
de milenares blocos,
que sangram inertes,
o saboroso brilho
colorido, a sorrir. . .
O batismo d’água
é um doce mel,
desde Iracema,
e a profusão de vozes
no dia a dia
suplica a benção
do mistério do Ipú
01/10/2006
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