No casulo da poesia
Tem uma bela lagarta.
Quem mesmo acreditaria
Como dele se aparta.
Feio meio cinzento
Todo arrepiado.
Sem cinzelamento
Já é mal acabado.
Quando bem alimentado
Algo belo vai sair.
Com um esforço encantado
Quando o casulo parir.
A borboleta voar
Mostrando sua beleza.
O caçador a caçar
Luta com sua destreza.
No casulo do poeta
Um emaranhado de palavras.
Nem parece uma peta
No rebolado das lavras.
Dicionário ambulante
Paira naquela memória.
Nada ali é claudicante
Onde rola qualquer história.
Logo da bela poesia
No encanto das palavras.
Do artesão a porfia
Esmerada em sua larva.
E o casulo já se explode
De um grande visionário.
Da poesia aquela ode
Surge já o missionário.
Mário Osny Rosa
mosnyoiram@gmail.com
São José/SC, 29 de abril de 2011.