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Sêmen do Sono - de Sabrina Sanfelice |
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Da raiz até a ponta Várias vezes devagar No meio dos dedos Cabelos, acariciar
E o som do que escuta Num coro de vozes ou de notas Embalam as pálpebras baixas Boa noite
Um pouco aqui e quase lá Odores de mãe, cheiro de tecido fino e suor O peso se assemelha a um balanço A voz de alguém sussurrando, a melodiar
A luz da vela que atrapalha Parece apagar com o pensamento Não que o vento tenha escutado Mas a mente vai cedendo
Quando alcança as cores divididas É porque a passagem está feita Agora pode ser a casa, o nada, a clareira necessário ou o tempo rodando contrário, refeito
O calor é quem chama Para ver a claridade Cutuca, pinica, reclama Até conseguir um resultado
As pernas sacodem o lençol branco E amontoa até os pés Os braços se levantam e intercalam bocejos O pijama encolhido, amassado, do outro lado
As meninas ainda não se acostumam com a claridade Brigam com ela, se atordoam E quando ardem irritadas, derramam Sêmen do sono
06 Dezembro de 2005 sa_purple@yahoo.com |
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