O amor é o de melhor que há em mim,
amor sem fim dos desmedidos,
dos que amam e, ah, meu amigo,
não estão nem aí para o fato
de ser ou não correspondidos.
Claro que se, amando, também
se sentem amados, então explodem,
se comportam como deuses,
como se tivessem sido alcançados pelo nirvana, vide
pelo encontro luminoso e incandescente
entre a alma e o assopro que herdamos de Adão...
O amor que me inspiras me sublimina
e me redime de todas as impurezas
que ainda me restavam,
e me fornece
pão para o espírito
e o jato de areia de que necessito
para me lapidar e encher de sóis
a solidão medonha e diamantina
desse coração valente
como a Morte
que nutre pelos amigos uma ternura
que não é da terra, só acessível àqueles
que são humanos
mas não se esquivam de pagar o preço
pra ter acesso ao amor, ao Grande Amor
desinteressado
e, é claro, doloroso, dos anjos...
2007
joselindomarcabraldacosta@yahoo.com.br