Nos óculos existem lentes,
Que deixam as almas quentes!
Nos óculos existem mistérios...
Tão puros e muito sérios!
Quando uma mulher de óculos de grau...
Sobe, lentamente, algum degrau...
Sua sombra doce e gelada...
Beija a fria escada!
Quando uma dama com óculos de leitura...
Retira estes mesmos óculos com ternura...
Parece que ela se despe inteira...
De uma maneira verdadeira!
Quando uma moça de óculos de grau...
Lê um livro grosso e especial...
Há um homem que deseja ser a página...
Deste capítulo sem lástima!
Quando ela retira os óculos sem paciência...
Parece que vai embora toda a sua inocência!
Nos óculos existem lentes,
Que deixam os corações frementes!
Por trás dos vidros do rosto da donzela...
Existe uma proibida e censurada janela.
Luciana do Rocio Mallon
corepoesia@yahoo.com.br
data de criação: 18 de Janeiro de 2010