Não sei para aonde vou e nem sei em que solo piso ...
Por isto , mandaram - me criar juízo ,
De uma maneira severa , rude e rabugenta ,
Mas de que ração este bicho se alimenta ?
Perguntei ao médico e ao doutor ,
Sobre isto com furor e pavor ,
E eles falaram que o juízo come saladas ,
Frutas e verduras muito bem lavadas !
Gorduras e bebidas matam este animal ..
Juízo pode ser um bicho sensacional !
Arranquei o meu último dente siso ..
Por isto , mandaram - me criar juízo ...
De uma forma austera e sem sentimento ...
Mas qual é sua ração , seu alimento ?
Perguntei ao padre com toda a fé e louvor ...
E ele falou - me sobre o juízo com fervor !
Ele disse que o juízo é filho da Sabedoria ...
Com o inteligente , velho e idoso Tempo ...
E que sua morte gera agonia ..
Com muita dor e bastante tormento !
Pela manhã , o juízo se alimenta de inteligência ...
Pela tarde , ele come pratos de paciência !
Seu jantar são orações em forma de reza ...
O juízo cresce , lentamente , sem pressa !
A inimiga do juízo é a libertinagem ...
Cheias de tentações numa miragem !
Ela tem uma faca de dois gumes chamada prazer ,
Que se tocar no juízo faz ele morrer !
Agora que eu já do que o juízo se alimenta ...
A minha alma é a mais confusa tormenta .
Luciana do Rocio Mallon
corepoesia@yahoo.com.br
20 de Julho de 2008