A serpente fez história
Sempre enganando a Eva
Foi só sua essa vitória
De pôr o homem na treva
Aqui vai mais uma história
Conhecida lá na selva.
A cobra é tão enganadora
Que enganou até ateus
Nunca foi muito amadora
Ao destino deu adeus
Foi da morte a causadora;
Dando à Eva a luz de Deus.
Recusou cumprir a ordem
E o poder que ela encerra
Foi tamanha essa desordem
Que a história não enterra
Mesmo que não se concorde
Serpente não come terra.
Pelo que a história conta
Cobra sempre se arrastou
Começando pela ponta
Vamos ver quem inventou
Essa fala que encanta
Os “obreiros” do Senhor.
Cobra nunca andou de pé
E assim só se arrasta
Isso porque não tem pé
A assim logo se afasta
Toda maldade que é
Condenar da cobra a casta.
Pelo que hoje sabemos
A serpente evita o homem
Mesmo tendo os seus venenos
Assim mesmo alguns as comem
De forma que o que vemos
É que o homem engana o homem.
A serpente não engana
Ataca pra defender
Quando o seu veneno emana
Há de se compreender
Sobre o soro que promana
Muito mais há pra saber.
Embora lembrando a morte
Pode ser fonte de vida
A serpente nos dá sorte
Nos seguindo em nossa lida
Caça pragas pra ser forte
Por isso vive escondida.
A serpente limpa o campo
Cuja terra nunca estraga
Se às vezes causa pranto
Muitas vezes a esse afaga
Embora causando espanto
A serpente não é praga.
É apenas um animal
Que só quer sobreviver
Não é em si nenhum mal
Isso todos podem ver
Mesmo estando no quintal
Quer simplesmente comer.
A fome não lhe dá trégua
Tira a sua paciência
Faz com que fique tão cega
E se exponha à violência
Sua conduta não nega
Que essa é a sua vivência.
Cobra merece respeito
Ela pode nos matar
Se algumas não têm jeito
Para no mato caçar
Arrastar não é defeito
Esse e o seu caminhar.
Por Renato de Souza Lima
renatosouza1947@gmail.com
data de criação: 23/01/2007