No monossilábico sussurro
A dúvida de uma vida
Que antes pressupunha a volta
Mas agora evidenciava a partida
No pátio sombrio da dúvida
Minha alma pesarosa e atordoada
Buscava aconchego seguro
Como um barco à deriva vagava
Nos meandros lascivos do corpo
A boca muda falava
Dislates verbetes sombrios
De um desvairado desejo
Que de tão latente escoava
Pelos poros atiçados pelo cio
No oculto gritado do ensejo
A feita descrita na sílaba
Que de tão sussurrada gemia
Um ir com verdade mentia
Nas entrelinhas exposta
A mais clara assertiva
De pertencer ao acaso
Na liberdade viva
gustavo.jponce@gmail.com
06 de julho de 2013