O olhar já perdeu a razão
O piscar já perdeu a função
O coração já perdeu o ânimo
A boca já perdeu a fala
Os lábios já perderem o mimo
Os risos já se perderam na sala
Os abraços perderam seu dono
As pernas já perderam os passos
Os olhos já perderam o sono
Os dedos perderam seus enlaces
O corpo perdeu seu acalento
Os ouvidos perderam a curiosidade
A alegria perdeu a imortalidade
Os suspiros se perderam na espera
As palavras perderam o valor
A voz se perdeu na esfera
A fé se perdeu do amor
Se perdeu a calma
Sobrou só dor n’alma
Só há desalento
Da ausência um tomento
Da solidão a morte
Da saudade um corte
Vai matando aos poucos
E tornando num louco
O que foi amado
O que foi amante
E logo estará tudo acabado
E tudo será como antes
Um verdadeiro nada
Sem seus amantes
A vida segue calada.
allinie.malvezi@hotmail.com
27/11/2008