Tinha sonhos de ficar acordado,
Pois se adormecesse os iria perder;
Percorria campos atrás de riachos
E não tinha medo do entardecer,
Mas voltava para casa correndo
Só para ver a noite crescer...
Há quem diga que a infância foi perdida,
Está na base do que somos, porém;
Dentro do homem que vive o mundo
Suaviza o mundo que lhe contém;
De vez em quando dou de cara com ela
Nessas esquinas que a vida tem.
Tinha desejos de ficar perdido
Só para parar numa ilha deserta;
Gostava da solidão da madrugada,
Do prazer de manter a mente desperta;
Em paralelo aqueles que dormiam
Vigiava a noite de magias repleta...
E crescia, talvez sem sua concordância,
Como não poderia deixar de ser,
Como viagem que precisa ser feita
Mesmo que não concorde em fazer,
E cresceu, mas amarrado na infância,
Para suavizar a vida, adocicar o viver...
lukbatista@bol.com.br
Out/2011