Do que valem teus mastaréus e gurupés,
As velas redondas e as velas bastardas,
Se, dando-se à praia, lá te fundeaste?
Do que te vale perfeita quilha
Se nunca sentiste a fúria
E o enlevo das marés?
Nunca bordejaste e nunca foste adriçado!
Nada sabes do amargo das tormentas,
Nem o doce de uma brisa!
Para que servem tuas amarras
Se a procela que lá se levanta
Não tocará sequer um palmo do teu velame?
Do que valem teus remos sobre o convés
Se a calmaria da areia não os importuna,
E assim agonizam ociosos e já outoniços?
Mesmo, pois, observa a viração noturna
A esquadrinhar teu casco seminu,
E um farol em idílios a te chamar!
vanadio_1@yahoo.com.br
14/07/2006