Curitiba tem figuras,
Muito interessantes,
Que com suas loucuras...
Viram estrelas brilhantes!
Num bairro cheio de nobreza...
Há um piá de prédio,
Que vive na tristeza...
De solidão e tédio!
Ele não tem liberdade,
Fica preso na gaiola,
Como ave que canta tarde...
Sem acompanhar a viola!
Ele queria ser um rei,
Mas, para isto não tem remédio...
O conformismo é a sua lei...
O coitado é um só um piá de prédio!
Porém, numa vila pobre...
Longe do bairro nobre!
Há um menino na rua,
Brincando à luz da lua!
Ele é um real vileiro,
Um pássaro que sabe voar...
Como a pipa no céu inteiro,
Que balança pelo ar!
Ele corre riscos perigosos...
Mas, tem olhares esperançosos!
Num lindo dia de fantasia...
Ocorreu algo com harmonia:
O triste piá de prédio...
Viu o vileiro de rua,
Assim foi embora o tédio...
Em plena luz da lua!
Quando o piá de apartamento,
Brinca com o pobre vileiro,
Surge, no céu, um sentimento...
E tudo fica mais faceiro.
corepoesia@yahoo.com.br
29 de Março de 2013