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Farinha de Mandioca Paraense - de Antonio Gaia |
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Conversa com as Matas o ribeirinho; Em busca de alcançar permissão; Onde fazer sua plantação; Plantar de corda o seu feijão; Cará, Batata-doce, Alface, tomate, João-Gomes, Jambú, Carurú e Vinagreira. Com a mata não se pode fazer besteira! Concordam Visinhos, Compadres, Padrinhos e comadres, Jogam no igarapé Rango salgado pro mutirão, Já há em gravetos e lenhas combustão; Em cima das três pedras; borbulhando feijão; Garantido nas forquilhas o caldeirão; Amolam terçados, Machados, enxadas, Picadas adentram, Corta, Derruba, Amontoa, Espera secar, Queima, Coivara, Requeima, Em feixe, Seleciona, Traz Muda, Picota, Faz cova, Lança e arrasta a terra com o pé; Espera Deus com a chuva abençoar; Várias Capinadas para limpar; Floresta ama quem a “ela” dedicar; Vigor nos frutos vai encontrar... Cortam manivas, força! Balanços! Arranhos e Arrancos! Destoca, No Paneiro ajusta, Carrega com envira; Na costa caminha até o poço do córrego; Homens, crianças, meninos e mulheres; Aguardam mais dias; Contos, Causos, estórias e Mergulhos no igarapé... Cantando; Tocando e Limpando, Mandioca mole vira “viola”; Nos braços dos rios das cabeceiras; Onde é distante e tem ladeiras; Carregam ovos de poedeiras; Branquinha e purificada; Á casa de farinha é carregada; Na amassadeira é bem tratada; Pela força do tipiti acariciada; Chora amor! Sobra quase nada; De tanta força que foi gastada! Movimento-te no forno que te aquece; Ficas mais “excitada”; Rosada, te vejo boa; Tostando; provo-te bem; Com carinho te enfio no saco; Com alegria te trago a Belém...
perito1@r7.com 2009 |
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