E pela rua fria e taciturna, sob a graça lunar
Foi-se uma bela musa: pele branca como a neve,
Lábios tão vermelhos e olhos verdes sem penar,
- Já ébrio pelo vinho fitei-a tão, tão breve!
Turbilhões de ideações lascivias e amorosas
Passaram em minh'alma desde outrora martirizada.
Estava longínquo de meus irmãos que onerosas
Palavras falavam - só pensava na beleza enluarada.
Certamente, a escuridão vossas fulgidas mãos cessariam,
Os mais belos cânticos das estrelas ela guardaria,
Meu sangue negro vossos beijos molhados findariam
E a alegria estonteante voss''alma transbordaria.
Mas, foi-se o anjo numa rapidez como os demônios
Ao fitarem a cruz. Ó! Mais um cruel adeus,
E esse sem dúvida fora o mais dorido, - desígnios
Com ela teria: gozar do amor e viver como Deus.
tiagufilth@hotmail.com
Meses atrás...