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Morrer-se de Amor - de Ana Claudia |
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Mais um cigarro queimado deixando trêmulas as mãos que agora tateiam a procura de motivos. Mais um cigarro na boca e, logo, o corpo todo, trêmulo esperando que mais um se apague pra que outro seja aceso. Um copo qualquer manchado na borda com as frustrações de mais uma noite... Perdida. Batom vermelho, queimando desejos adormecidos à lá "demi-mondaine!"! O gosto do ultimo vestígio de batom confundido com o gosto da boca de alguém, agora, sem importância. Tantas chances oferecidas, tantas idéias... desprezadas. Um findo e amargo beijo, talvez, um conciso adeus. Lagrimas turvas driblando qualquer tentativa de alívio. Pensamentos que correm e se perdem, chegando sempre ao mesmo momento: o silencio brando entorpecendo os olhares infindos e confiando a certeza de um amor lascivo, cruel, porem... Eterno! Não se sabem mais os motivos e não se calam mais os pensamentos. Molham-se as mãos que tentam, inutilmente, secar os olhos que já não mais conseguem ver. O perfume que exala desespero. O toque na alma perdida, estarrecida. Nada mais do que provas concretas de que pode morrer-se de amor!
22/04/2005 acamattos@yahoo.com.br |
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