A rosa que tu me deste
Dentro de meu livro predileto,
Eu a embalsamei em segredo,
Pois queria eternizar teu amor,
Mas foi tudo bem em vão,
Anos depois o busquei
Dentro do livro de dizeres de paixão,
O pequeno botão de rosa paixão,
Mas já nem sei se o encontrei,
No lugar da cor dos apaixonados
Só pó mais nada e só,
No lugar das pétalas amassadas
Só o caule seco e seus espinhos,
Parecia já o amor que um dia
Guardei neste peito, que hoje só pó
Em lugar daquele sentimento,
E como o talo e os espinhos,
Só sobrou a dor das marcas
Daquele amor já esquecido,
Já desmantelado, decomposto,
Limpei as páginas dos resíduos,
Do que um dia foi um botãozinho
De uma rosa paixão,
Limpei minha vida daquele passado
Que te pertenceu,
E aprendi que o amor pode ser mais
Doido, mais doído do que os nossos poetas
Ou os loucos apaixonados, nos tem revelado,
Mais espinhos do que perfume,
Mais dor numa beleza fingida,
E no final tudo que conseguimos recordar
São as marcas, e as dores de um quer
allinie.malvezi@hotmail.com
08-2011