Aurora linda chegas-te; acompanhando-te a brisa;
do rosto belo do sol; os raios a tudo dão vida;
aquecem os músculos fortes dos caboclos à avemaria;
nas torres refletem a fé, riquezas que pra ti é;
nos remansos; nas maresias; aos remos vem Nazaré;
carrinhos de mão, rodilhas, caixas e tabuleiros;
nas preamares donde vêm; sempre de barcos cheios:
abastecer os peixeiros:
pintados, tucunarés às vezes até jacaré.
Nos pôpôpôs vem piados; caipiras, tatus e cotias;
atravessadores; mascastes e ambulantes;
descama! Descasca! Desfolha! Desflora!
Equilibram o amor da fauna e da flora;
Grita os cuítos!
Misturando-se a centenas de outros gritos;
com cheiros, crocitos e tropéis, dos pescadores nas barcas,
arpões, redes e espinhéis;
de fundos, âncoras, pôitas; derivam meus pensamentos;
guajaram na imensidão da baia a esperança do coração;
histórias vêm me contar; devotam-se aos homens bentos
as glórias deste pomar;
da bravura deste nobre povo; que são hospedes do rio Guamá;
Acariciam-me os galhos de tuas mangueiras;
descansam nas sombras de teus sobradinhos;
gentes daqui, de lá, dacolá; janelam-se nos veículos:
por água, por terra e por ar; anseiam ao me avistar;
admirados quando lhes conto:
toda tarde aqui chove; antes do café tomar.
Sou paraense moro no norte;
como manga; xibé, açaí, pupunha, cupuaçú e caj&aa cute;;
evangélicos; católicos e espíritas;
a todos saber amar...
Com rezas; caboclos e benzedeiras;
na telúrica dos índios deste lugar;
Belém está sempre de portas abertas;
aguardando-te vir nos visitar...
perito1@r7.com
2009