O garotinho consegue deitar e dormir após ver seu pai estúpido molestando sua mãe;
Um novo dia se inicia, ele deve lutar para conseguir continuar com esperanças;
Ao sair de casa, ele percebe quais são seus amigos, afinal eles lutam contra o que?
Sua velha bicicleta está lhe aguardando, a caminho do trabalho nas ruas;
É muito cedo, há muita neblina, o sol se esconde através de paredes estreitas sujas;
Observando pessoas, andando como formigas, ele sente que tudo está consumado;
Os sonhos, as esperanças, suas vidas;
Está tudo vendido, quem foi o diabo que comprou?
Sente no peito uma flecha deslizando entre os ossos, um anjo quem acertou;
Agora ele está sobre um lindo cavalo branco, suas roupas místicas transbordam alegria;
Devagar e sincero ele extrai um sorriso do fundo da alma;
Junto ao lado um córrego de águas límpidas desce em direção as montanhas;
Algumas pessoas tomam banho em uma cachoeira;
Distorcido e embaraçado os dois mundos tão opostos se colidem num mesmo gemido;
Seu rosto empoeirado expele uma lagrima que torna algo amargo como sangue;
A vida tem sido difícil ultimamente, a tristeza tomando lugar da alegria nesses dias;
Uma nuvem se abre, raios translúcidos de sol cortam as fendas entre telhados e fios de aço;
Cansado e ardentemente ainda há forças para um ultimo sorriso em sua face tão jovem;
Subitamente desaparece suas aflições ao som de um imenso pássaro cortando os céus;
O menino fecha os olhos, abre os braços quando já se vê acima do exausto cativeiro;
Surgi em mente respostas, conselhos, visões, pulsos de extrema alegria, lágrimas;
Um novo mundo se inicia agora, o pequeno menino está acima das especulações;
Pessoas olham em seu corpo, surgem imagens dos maus tratos diários recebidos;
Ligeiramente ultrapassando conceitos, razões, culturas, tolices humanas;
Cores difundem milagrosamente entre as nuvens, passeio ao luar;
As portas de um novo sistema se abrem, segredos a sete chaves se mostram;
Pessoas, cabelos longos encaracolados, imensas franjas nos punhos, pedras brilhantes;
Rios e cascatas imensas límpidas solitárias, arvores raras nunca vistas, aldeias do amor;
Rajadas de vento, bandos de andorinha, habitações remotas, nômades entre lírios da paz;
Estrelas cadentes separam os céus, dentre meio ao trono no alto dos montes, o cordeiro;
Vivenciando o presente da coragem, perseverança, fé, confiança entre a maldade;
Um doce para poucos, a visão para o cego, a resposta para o lunático;
Ao som da flauta doce uma melodia acompanhada de sirenes agudas irritantes;
Enroscado por um cordão dourado seus pés são amordaçados e sugados por um tufão;
Venenoso liquido gelado corre entre suas veias lhe causando uma sensação desconfortável;
Seus olhos deixam um raio de luz fosco que cegaste seu horizonte de vôo;
Assim desaba novamente uma, duas, três noites até sua volta para a casa;
Um enfarte por pouco assassina o pobre do garoto, sorrisos entre os homens;
Gritos em silencio de uma alma aterrorizada pela vida;
titulo: Uma outra dimensão
e-mail: psiconautas@ig.com.br
autoria: Diogo P. Silva