A amargura
As rugas ríspida
Me corrupta o corpo,
Minha face,
A gordura
Me deforma
As curvas
As celulites fazem-me
Tropeçar no desgosto,
Os pés de galinha ciscam
No reflexo do espelho,
Os meus meigos
E lúcidos olhos
Escureceram-se o brilho
Ocultando a felicidade,
Os meus longos
E dourados fios
Se branqueiam
A cada instante
E o tempo rouba-me
A altura,
Meu caminhar
Se enfraquece
A cada passo
Minha alegria some-se
Por detrás da tristeza
Minhas mãos que tão
Delicadas foram
Agora me entristeço,
Meu delicado rosto
Se desfez com o
Sofrimento
Minha face corada
Com o tempo
Empalideceu-se
Os belos e brilhantes dentes
Amarelaram-se
E se foram antes
Abandonando-me
Tudo que era tão belo
Tornou-se tristeza
Custaram-me caro
As linhas da sabedoria,
Pago pelo conhecimento,
E as marcas não se apagam
Da minha face
Seguem me lembrando,
As feridas das vida
Me fizeram entender
O que é viver.
allinie.malvezi@hotmail.com
01/04/2005