... pobre Veneza!... Tão célebre, e tão triste,
e tão cheia de vidas e, no entanto, agonizante,
e repleta de gente e, entrementes, nem mesmo
a Austrália é mais solitária que ela...
Nietzsche, que anunciou a morte de Deus,
do Deus que vive para sempre e o matou,
a denominou de “a cidade das mil solidões”...
E tão trágica também, uma vez que o destino
que recebeu do Senhor, que o fez, o dom da ironia
reservou para ela um futuro submerso, semelhante
ao de Atlanta, ah! Veneza, o Brasil é mais perto
da África, mas eu, não obstante,
sinto latejar em minhas veias
sua lenta, nadadora e grega (leia-se trágica) agonia...
Por: José lindomar Cabral da Costa
joselindomnarcabraldacosta@yahoo.com.br