Sou a estrela Ana Branca...
Tão doce, pura e franca!
Apesar da minha alva candura...
Nem sempre tive esta brancura!
Quando nasci eu era azul...
Iluminando de norte a sul!
No começo era de um azul-celeste...
Da mais linda manhã campestre!
Porém depois fiquei azul-turquesa...
Irradiando adolescência e beleza!
Capaz de expulsar qualquer peste...
Assim fui batizada de Estrela Celeste!
Com o tempo perdi audácia e coragem,
Que possuía em qualquer paisagem!
Então fiquei com medo e me tornei amarela...
Porém não perdi minha alma singela!
Por isto me apelidaram de Cinderela...
E virei a estrela mais leve da passarela!
Depois passei a ver escândalos universais...
Das estrelas mais jovens abusadas e sensuais!
Então minha cor passou a ser vermelha...
Queimei-me de vergonha centelha por centelha!
Pelo universo passei a voar como um colibri...
Por causa disto tudo me apelidaram de Rubi!
O tempo passou e vieram as rugas no meu rosto...
Mas isto não me causou tristeza e desgosto!
A cada dia fiquei mais pálida e branca...
Na passagem de tempo tão ágil e franca!
Ana Branca é o meu nome atual...
Ainda passeio pelo espaço sideral!
Tenho medo de virar um buraco negro e escuro...
Isto para mim seria muito cruel e duro!
Dizem que, hoje, sou anã...
Mas só me acho pequena...
Igual a Lua pela manhã,
Que é minúscula e serena!
Sou a estrela Ana Branca...
Tão doce, pura e franca!
Sou apenas um ponto cintilante...
Neste universo brilhante e radiante.
3 de Junho de 2010
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