O gosto do Sangue chega à boca
Não se sabe se é um câncer
Ou foi aquela maldita sensação de morte novamente
Sentindo uma nostalgia tão intensa
É aquele desejo de dor
Tentando corrigir a alma, que coloca o corpo em apuros.
Será que o sacrifício do corpo salvaria a alma?
Nem o complexo alívio do pós-dor?
Ou o sentido do sofrimento é sempre ruim?
Nem o gosto de vitória depois do sangue?
Isso será sempre maldito?
Deitado numa cama
Com o corpo castigado de um dia de guerra
O vento do litoral invadindo todo o ambiente
Trazendo toda a calma dos mares
Ouvindo só os galhos, folhas e grunidos habituais
Os músculos e nervos adormecidos
E uma força que trás as nuvens
Enlouquecendo os sentidos, agora navegando num infinito amigável
Depois do sofrimento da carne, a glória
A completa e bendita satisfação
E num esforço dos músculos abatidos, um sorriso se abre
A alma está a salvo do mundo, é intocável.
A morte foi vencida, enfim...?!
Um recomeço para cada guerra...
flamarion1983@hotmail.com
25 de agosto de 2006