Mais um poema ponho-me a escrever
e nem sequer sei ainda
qual é o tema
ou para o útero de que assunto
este poema quer me arrastar...
De uma coisa, porém sei de sobra:
que o dito cujo deve está pretendendo
no mínimo, me induzir a desflorar
algum caminho
ou me levar a determinado lugar
verbal ainda com hímen
desses que são tão virgens
o inexplorados, que assim
que a gente começa
a invadir mentalmente seu seco,
rachado, cheio de mato, apertado
e quase vagínico espaço geográfico
vão logo avisando: "Devagar, Lindomar
senão eu grito."
E eu, que me torno ousado, incontido,
tarado, inclemente, violento, arrogante
e engraçado quando se trata
de apoderar-me de territórios literários
que me pertencem debitamente
por conquista e não por herança,
respondo, quase chegando verbalmente
ao orgasmo: "Então grite, pode gritar, seu conquistado
pois é assim que eu gosto!"
11/12/07
j_lindomar.ccosta@yahoo.com.br