Quem é esse ser humano?
Em pele e osso.
Pronto para morrer,
Nesse mundo desumano.
Um tsunami, que viveu?
As argrúrias do maremoto.
Um africano que não pereceu?
Somente a sorte lhe valeu.
Um nordestino perto da morte?
Aguardando água para saciar a sede.
Deitado numa velha e rota rede,
Quem dirá qual será a sua sorte.
Será um Haitiano?
Que seu pai vive lutando.
Mas a fome vai dominando,
O ser humano vai morrendo.
Será uma vitima da guerra?
Que vai morrer na miséria.
Que tudo destrói nessa terra,
Isso é uma coisa séria.
Poderá ser um índio de nossas tribos?
Morrendo numa oca do terreiro.
Em nosso território brasileiro.
Num total abandono sem ser atendido.
É ele um ser humano desvalido,
Nunca foi nem será atendido.
Ninguém atende seu pedido,
Vai morrer mesmo desnutrido.
Num mundo de incompreendidos.
Florianópolis, 01 de março de 2005.
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