Olho para a poesia de Rimbaud
sem andô
e enxergo nela a poesia
(e não A Poesia)
fulgurante de um garoto incompleto
(e não de um deus)
que foi visitado pelo inferno
numa idade
em que os outros garotos
de sua geração interrompida
ainda não sabiam direito
de que lado -se à direita ou a esquerda
do ilíaco- deveriam pendurar o pênis,
dilema este que me levou prematuramente
aos onze anos a passar
uma temporada no mundo subterrâneo
ou melhor, digamos assim
foi o inferno
que passou uma temporada em mim...
Joselindomarcabraldacosta@yahoo.com.br
05/08/2007.