No triste gemido, perdido da pomba,
no tronco lascado, atado por corda,
Vejo tristonho do sonho a sombra
E grito bem alto: "Incauto! acorda!"
Acorde do sonho, tristonho petiz,
Não ligue pra rola tão tola gemendo,
Não olhe pro tronco tão bronco que diz
Em triste linguagem, miragem vertendo.
Eu, tolo mocinho com ninho sonhei
Forrado de pena, que pena! sonhei
Mas logo sofri - senti meus horrores,
Debaixo da rosa cheirosa da vida
Escondem espinhos fininhos, feridas
Que ferem e marcam - destinos e vida!
Por Vital Pindorama
aoorlandini@yahoo.com.br