Sou um trovador treinado
Pras lides do bem rimar
Fiz trovas por todo lado
Também em qualquer lugar
Muitas vezes sou vaiado
Por não saber declamar.
As rimas que eu componho
Saem de dentro da alma
São as rimas de um tristonho
Mas que tem em si a calma
À noite vira um bisonho
Por ter um deserto n´alma.
A vontade que eu tenho
É dar um presente a Deus
Sempre que ao templo venho
É para ajudar os meus
A fazer uso do engenho
Pra sorte não dar adeus.
Cada trova que eu faço
É dissídio com a palavra
Cada andança, cada passo,
Se transforma em nova lavra
Quase sempre sem compasso
E da qual pouco se grava.
Muito se diz sem falar
Quando algo se compõe
Mesmo no pior rimar
A verdade se impõe
Em qualquer palavrear
Há um Deus que sobrepõe.
Desse Deus ninguém duvida
Muito menos não se ama
Se alguém não acredita
É porque não viu a chama
É verdade sempre dita
Que o justo se inflama.
Se alguém quiser rimar
Primeiro aprenda compor
Nunca deixe de estudar
Nunca despreze o pudor
Pois um mau palavrear
Muita mágoa pode impor.
Se for sorte do poeta
Viver só na sinecura
Na tinta que a pena injeta
Pode estar a partitura
De alguma opereta
Que nenhuma voz segura.
Muita rima que há no campo
Bela, formosa e vivaz
O solo seco, entretanto,
Sempre deixa para trás
Abandona em algum canto
Julga o autor incapaz.
Todos podem ser poetas
Basta apenas o seu querer
Estabeleçam as metas
Do que é possível fazer
Comecem com rimas retas
Nunca esqueçam de as ler.
Por: Renato de Souza Lima
data de criação: 26/11/2007
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