Caminhando em uma estrada
Com destino onde eu não sei
Encontrei na caminhada
Um ranchinho a quem falei
Vem comigo na jornada
Agora que lhe encontrei.
Era um rancho muito triste
Com piso de chão batido
A tristeza ali resiste
Como alguém a ser seguido
Alegrar não se permite
O alegre é perseguido.
Também era sem firmeza
Muitas lágrimas marcaram
Com a sua singeleza
Dores que ali chegaram
Hoje somente ha tristeza
No chão que lhe colocaram.
Ele disse não poder
Tinha ali sua raiz
Apesar do seu sofrer
Poderia ser feliz
Nele sempre ira haver
Um lugar pro infeliz.
Disse a ele bem seguro
Que sofrer não dá prazer
Em qualquer lugar escuro
Sempre ha algo a se temer
Naquele solo tão duro
Ele iria apodrecer.
Ele disse que a tristeza
Era a sua companhia
Um dia teve beleza
Mas perdera a alegria
Porque a sua fortaleza
Era alguém que não sorria.
Que ali, sempre esquecido,
Poderia se lembrar
De algum desiludido
Que ali fora descansar
E depois, aborrecido,
Prosseguiu no caminhar.
Eu não tenho mais beleza
Sou um rancho sem amor
Em mim só restou tristeza,
Falsidade e desamor,
Só restou uma certeza
Minha vida se acabou.
Senti pena do ranchinho
Disse a ele que entendia
Era bem pequenininho
Mas a mim ajudaria
Era eu um sem carinho
Ele me acalmaria.
Disse que também sofria
De saudade de alguém
Que de mim nada sabia
Mas outrora foi meu bem
Hoje também não sorria
Por sentir que amor não tem.
Nesse rancho de saudade
Encontrei minha alegria
Disse a ele que a maldade
Ali nunca chegaria
E qualquer ansiedade
O amor retiraria.
Hoje estou no meu ranchinho
Onde outrora cheguei triste
Hoje estou nele sozinho
Mas tristeza não existe
Tenho o céu como vizinho
E a paz que me assiste.
Renato de Souza Lima
renatosouza1947@gmail.com
data de criação: 18/05/2009