Se você não tivesse aparecido na minha vida,
certamente eu só teria enxergado as belas flores, jamais teria sentido o perfume delas.
Não teria entendido o sentido da vida e do amor.
Nunca compreenderia o que significa a paixão.
Teria sido um simples mortal, comum.
Estaria apenas procurando como ganhar dinheiro,
guardar riquezas, acumular poder.
Seria daqueles homens solitários na rotina da vida.
Mas, ainda bem, que surgiu você.
Me ensinou a reviver, a ser algo maior que o tempo.
Maior que o amor.
Ser divino na compreensão, ser meigo, amado.
Ser admirado.
Me fez renascer, viver, querer.

Se você não existisse, eu a criaria,
nem que fosse nos sonhos.
Pediria a Deus para dar-lhe alma.
Pediria aos céus para encontrá-la ou reencontrá-la.
Como Orfeu encontrou Eurídice.
Abelardo a Heloísa.
Romeu a Julieta.
Se você não existisse,
eu estaria vendo as estrelas sem entender seus brilhos.
Eu morreria, apenas. Um homem a mais.
Como tantos,
que não conseguiriam amar ou ser amados.
Que nunca tiveram uma grande paixão.
Se eu não a tivesse conhecido,
não compreenderia a beleza de um pôr-do-sol.
Ou amanhecer, na plenitude da alegria, do prazer.
Não saberia entender a magia do sexo.
Do simples toque. Do abraço dos amantes.
Da felicidade eterna.
Não saberia ser humilde, simples.
Não entenderia o ócio criativo, a riqueza d’alma.
Se você não entrasse na minha vida.
Só por um instante, só por um momento,
eu não teria existido, pois não entenderia a filosofia,
a pintura, o teatro, a literatura e a poesia.
Não conseguiria ouvir uma música,
perceber sua melodia, sua sinfonia.
Não saberia enxergar uma obra de arte
na sua interioridade, na sua criação.
Não teria a lucidez para compreender o mundo
em sua micro e macrovisão.
Em sua imensidão. Em sua totalidade.
Acreditaria em um Universo pequeno, limitado.
De seres infelizes se cobrando uns aos outros,
se questionando do porquê da infelicidade.

Mas, depois que eu a encontrei,
vi o mundo em seu esplendor.
Com suas maravilhas.
Com a natureza em sua magnitude.
Criando, recriando-se, nascendo, renascendo.
E senti a calma própria dos amantes.
Suave, como a brisa benfazeja.
Tranquila como a paz do novo ser sonhador.
Vi o lado de luz do mundo.
Dos seres se amando.
Você em minha vida foi o bálsamo
enviado pelos deuses só para me fazer feliz.
Foi o desafio eterno. Terno. Do amor.
Da grande utopia. Do maior mistério.
Da maior glória dos poetas,
que os seres comuns jamais compreenderam.
Ainda bem que você entrou na minha vida
para me fazer feliz, não por um instante,
mas para toda a eternidade.

Trecho do Livro O Poeta.com
Autor: Ladisael Bernardo