Bem vindos à Opoeta.com ... Ladisael Bernardo

Poesias Autorais



   A Maior História de Amor de Todos os Tempos

Procurei-o logo quando cheguei.  
Era um mundo nebuloso, confuso.  
Caminhava errante,  
por lugares desconhecidos,  
tudo querendo conhecer,  
ver,  
saber e descobrir.  
O perigo era constante,  
e lá estava você comigo,  
abrigada nas cavernas desconhecidas,  
ao calor do fogo  
e ao abraço amigo.

Eu era Orfeu e você Eurídice
quando fui buscá-la no Inferno,  
um olhar curioso e tudo perdeu-se.  
Morri por sobre as águas e cantei,  
profundamente, um suplício de amor  
que atravessou todos os cantos do mundo...  

Busquei-a pela Pérsia,  
e nos jardins do Babilônia fitei-a por uns segundos.  
Você estava linda e encantadora.  
Outra vez nos separamos,  
para nos encontrarmos nos Pirâmides egípcias,  
plantando a semente de grandiosidade,  
tal grandeza foi o sonho que logo perdemos.  

Foi quando a cultura grega  
nos uniu num pensamento eterno,  
você foi raptada,    e entre as cinzas da guerra,  
perdi-a, na minha maior derrota.  

Depois Roma nos entrelaçou num longo pensamento:  
conquistar todo o mundo!  
E juntos dominarmos a terra.  
Mas a força de Baco foi tanta,  
que sua feminilidade escapou-me entre os braços...  
Quase louco percorri todo o Oriente  
em busca de seu rosto,  
em grande esforço, encontrei-a,  
cheia de dinastias estranhas.

De repente um bálsamo divino,   
foi qual frenesi repentino,   
envolveu-a numa graça bendita   
e na Palestina você se engrandeceu,   
abraçado a um Manto Sagrado, transformou-se   
para ser maior e eu não percebi...   

Por um longo tempo caminhei,   
por todos os cantos e lugares,   
cantando trovas de amor pelas cidades,   
lutando com todas as forças que me restavam.   
E cavaleiro errante que era,   
fiz uma promessa de paz com você,   
no maior encontro de amor na Terra.   
Um homem lutando pelo amor de uma mulher!   

E, perdendo-a, aventurei-me pelos mares,   
você não estava junto a mim,   
mas nos meus pensamentos.   
Todos os pensamentos que me conduziam,   
eram seus.   
Descobri novos mundos,   
conquistei novos povos,   
coberto de tanto ouro,   
corri a seu encontro.   
Mas, toda riqueza que havia, era pouca para conquistá-la.   
Foi quando novamente nos separamos.   
Longas lágrimas de amor rolaram nos olhos do vencedor...   

De repente, quando a luz da razão   
raiou numa manhã, retratei-a   
no quadro que a imortalizou.   
Meus versos de amor   
transbordaram as margens do pensamento.   
Renovando-o.   
Foi quando revolucionamos o mundo!   
Alteramos todos as estruturas vigentes.   
A música subiu intensamente, quase divina.   
Em enormes salões, dançamos encantados,   
na mágica doçura de vivermos juntos,   
para depois, outra vez, nos separarmos.   

Cavalguei desesperado pelas planícies do América,   
em cada índia enxergava seu rosto,   
buscava seu olhar em cada ser feminino.
Um sorriso apenas - empolgava-me.    
E em grande solidão senti que não mais a encontraria.    
Foi quando, num gesto de loucura, bradei,    
com todas as forças em busca de um Deus,    
que me ouvisse e restituísse sua formosura,    
sua beleza, seu doce prazer de amor...    
Naquele encontro, cheio de raios e loucuras indescritíveis,    
encontrei-a - num rápido momento.    
Uma simples paixão que passou para o tempo...    

Certo dia, um forasteiro disse-me    
que eu a encontraria nas florestas da África.    
Lá, em cada sorriso branco de uma negra,    
pulsava meu coração desesperado.    
Confundi-me, com sonhos aleatórios,    
imaginando-a – pura! bela! solitária!    
Buscando-me! Procurando-me!    
Quando você se aproximou - fugiu,    
não me reconhecendo.    
Tantos foram os sofrimentos,    
que nos tornamos - irreconhecíveis um para o outro.    

De glória em glória,    
de paixão em paixão,    
atingimos a sublime ilusão    
de viver sem sofrer.    
Foi como se todos as forças do inferno movessem o mundo,    
o tempo apagava os momentos de amor que possuímos,    
tantos foram as mortes que morremos juntos    
com a vida e o amor.    

Tornei-me inventor de máquinas impossíveis.    
Pensei em maravilhá-la. Encantá-la. Conquistá-la.    
Nos mares aprofundei-me, no ar fui exaltado.    
Nos lares modificado.    
Mas, não sabendo como, outra vez o mundo enlouquecia.    
Eu a buscava, enlouquecido como o mundo também.    
Nos guetos, nos campos de concentração,    
nas ruas destruídos, nos vilas, nas sobras dos bombardeios.    
Imaginava-a, correndo ao vento.    
Sentada sobre escombros terríveis,    
trazendo consigo toda ilusão da paz e do amor.    
A esperança, a vida.    
Até que uma imensa explosão    
fez tremer a razão.

Daquelas tristes cinzas 
saímos, ainda abraçados. 
Prantos de dor e sofrimento. 
Mas juntos. 
Porque um novo mundo nascia, 
para nos transformar em seres comuns, iguais! 
Para nunca mais nos separarmos, 
e contarmos ao mundo 
a maior história de ornar de todos os tempos: 
o amor de um homem e uma mulher apenas...


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